quinta-feira, 2 de abril de 2009

Despojos de guerra


Castiguei com meus olhos a tua inocência
Quando fitei teu corpo branco em flor
Desejei tua boca rosada, molhada ao redor dos dentes
Teu peito arfante e inquieto, alvos seios inocentes

Tuas mãos pequenas teus olhos de mar
Tomavam e retinham tudo que havia em mim
Meu corpo queima, minha boca seca
Nada há mais em mim que não te pertença

Nada há em ti que eu não deseje
Eu te violo em pensamentos
Em espasmos de gozo e êxtase
Perco-me no vale entre os brancos montes

Já não somos dois e a fusão é completa
Tu ris e choras, olhos cerrados, mãos espalmadas
Os lábios mordidos e as pernas a me laçar
De repente meu nome explode em tua boca

Teu corpo desfalece como pássaro abatido em vôo
Leves espasmos restam ainda, despojos de guerra
Teus poros se desfazem do arrepio
E eu te abraço e te abraço.
Fábio Viégas 02/Abril/2009

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