segunda-feira, 25 de julho de 2011

Vestido de flor






Vestido de flor não vejo mais
Nem tão pouco a fita no cabelo
Doçura de um suave desapego
De uma ternura que ficou para trás.
Da pureza que foi perdida
Numa cama de um quarto qualquer
Virastes um dia mulher
Sem se quer ter sido menina.
Seguem perdidas rosas cálidas
Inebriadas em noites sem fim
Olhos turvos, faces pálidas
Manchadas de pecado e carmim.
Na boca as sobras, o amargor, o gosto ruim
De quem vaga a procura de amor
Despida sem seu vestido de flor.

Sorriso de menina




De certo apenas o vácuo 
Vazio preenchendo tudo
Me pego calado e mudo
Perdido junto ao teu retrato

Teu sorriso esmaecendo
Amarelando no papel 
Vai sumindo da memória
Lembranças daquele céu

Havia estrelas ainda lembro
Resta ainda uma certa brancura
Lutando contra vácuo, iluminando a amargura

De viver sempre a espera 
De um clarão que a tudo ilumina
E ver você voltando com teu sorriso de menina