Tú que me despertastes do sono do mundo
Eu que jazia sob um peito sem sonho
Rio de leito seco, sem água, tristonho
Me inundastes num
amor profundo
Na janela, os pássaros pousaram pra ver
As folhas congelaram em sua descida
Nem as gotas de orvalho ousaram escorrer
Para testemunhar nascer em mim a vida
A vida prometida, estampada em tua retina
Refletindo teus
trejeitos de menina
Que me chamam e me convidam a te esperar
Sou o abraço suspenso na neblina
Sou a lingua em tua carne feminina
Sou o beijo em tua boca a salivar