quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A puta



O copo a frente e o som que aqui se escuta
Senta-se ao meu lado sem ser convidada a puta
Envenena-me os ouvidos, qual um trago de sicuta
Obrigado e passar bem, siga com a sua luta
 
Me concentro no liquido a minha frente
E abstraio dissolvendo toda a gente
Menos ela em sua insistência absoluta
Tenta seduzir-me ferozmente a puta
 
No fundo dos seus olhos o desespero revelado
Da dignidade perdida em um trocado
Se faz mister resistir em sua labuta
 
Quase cedo não fosse o cheiro exalado
De mil homens em seu corpo empreguinado
Quem acha essa vida fácil, nunca precisou ser puta

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